Tirem o chão de Lula
A sentença contra Lula emitida sobre o Sítio de Atibaia é como que uma cópia xerox da do Triplex. Tem todas as mesmas características: não consegue provar que Lula era dono do imóvel, como era a alegação inicial, e por isso a sentença muda a acusação, o que já é motivo para anulação do processo; não consegue apontar um só favorecimento de Lula às empresas que realizaram obras no imóvel — aliás, feitas bem depois de ele deixar a presidência; e faz a ligação entre os favorecimentos inexistentes e os pagamentos em forma de obras em imóveis alheios com base em delações premiadas, de pessoas que foram beneficiadas com reduções de pena graças às acusações contra Lula, mesmo sem apresentarem nenhuma prova. Aguardemos a próxima condenação, sobre o terreno do Instituto Lula, seguindo exatamente o mesmo script.
Afora isso, as sentenças são emitidas por juízes que usaram auxílio-moradia como complemente do salário sem pagarem aluguel, e agora sob um presidente que usou auxílio-moradia para pagar um imóvel que ele usava para, segundo suas palavras, “comer gente” — e que agora abrigará seu filho. Um presidente que, juntamente com seus outros filhos, empregou assessores fantasmas por anos a fio, apropriando-se de seus salários — e agora o filho mais velho, como terceiro secretário do Senado, terá mais R$ 500 mil mensais para contratar mais assessores. Não vou mencionar o envolvimento com milícias — bem, já mencionei.
Eu já disse que não é por acaso que os principais processos contra Lula sejam relativos a casas e terrenos. Há um objetivo simbólico aqui, que é desalojá-lo, mostrar a ele que ele não tem lugar aqui. O objetivo é tirar o chão de baixo dos pés dele. E.conforme a proposta de Reforma da Previdência e da Certeira de Trabalho sem direitos evidenciam, dos nossos também.