Sobre laranjas e legendas de aluguel

Túlio Ceci Villaça
2 min readOct 10, 2019

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A palhaçada do dia do Bolsonaro, o fica ou sai do PSL, tem um nome só desde a campanha: grana.

Bolsonaro foi candidato pelo PSL depois de tentar outros dois partidos de aluguel. Não ficou neles porque não houve acordo da divisão da grana. Bolsonaro exigia demais até para partidos de aluguel! O fato de o PSL ter aceitado dá ideia dos encargos que assumiu.

Aí Bolsonaro diz que fez a campanha mais barata da história. De fato, sua campanha foi bancada pelos candidatos regionais, até de outros partidos — aqui no Rio, por exemplo, Bolsonaro pegou carona com Witzel, que nem coligado era. Porém, o gasto com a campanha subterrânea foi igualmente subterrâneo. A máquina de mentiras é cara, e foi sustentada por caixa 2 e, agora ficou claro, candidaturas laranja que repassavam sua grana para ele.

O desvendamento cada vez mais escancarado destes crimes do PSL, capazes de causar até cassação da chapa, foi o que levou Bolsonaro a começar a tentar se desvincular do partido e ao menos disfarçar junto a seus zumbis. Mas o problema, adivinhem, é a grana. Ele não tem problema com isso, mas deputados que saírem agora não têm direito à grana da próxima campanha. E ai Bolsonaro bradou “Sigam-me os bons!” E ninguém foi…

A verdade é que, além de não ter uma base parlamentar, Bolsonaro mão manda. nem em seu partido. O filho ex-futuro-quase-quiçá-embaixador mandou outro dia todo mundo desembarcar do governo Witzel. Ninguém se mexeu e o pai teve de se desmentir. Bolsonaro achou que tinha comprado um partido, mas legendas de aluguel não se vendem, cobrar mensalidade é muito mais lucrativo. E cada vez fica mais evidente que a grana que Bolsonaro tinha para pagar o aluguel não era dele. A hora da cobrança chegou.

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Túlio Ceci Villaça
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